quarta-feira, 20 de outubro de 2010

MORTE DE JANGO.









Fonte: Revista Aventuras na História, ed. 56 março 2008

Brasil Colônia - Navio Negreiro.


interior do Návio Negreiro.

Gravura de Rugendas de 1835.
  
O navio negreiro - ou "tumbeiro" - foi o tipo de cargueiro usado para trazer mais de 11 milhões de africanos para serem escravizados na América. Em caravelas ou barcos a vapor, europeus, americanos e até mesmo negros se metiam no "infame comércio". Os traficados eram, na maioria, meninos e jovens de 8 a 25 anos. Isso mudou nos últimos anos do tráfico. "Tudo quanto se podia trazer foi trazido: o manco, o cego, o surdo, tudo; príncipes, chefes religiosos, mulheres com bebês e mulheres grávidas", disse o ex-traficante Joseph Cliffer, em depoimento ao Parlamento Britânico, em 1840. Como não havia fabricação de navios apenas para o comércio de escravos, até hoje já foram identificados pelo menos 60 tipos de embarcações adaptadas como tumbeiros. Se houve uma regra, é que eles ficaram menores e mais velozes no século 19, à medida que o tráfico se tornou ilegal e passou a ser perseguido pela política antiescravista dos ingleses a partir da aprovação da lei Bill Aberdeen, em 1845.
Cruzeiro infame
Veja como era a terrível viagem dos escravos do século 19

DANÇA TRISTE
Alguns traficantes levavam grupos de escravos adultos para o convés e os obrigavam a fazer exercícios físicos. Sob a ameaça da chibata, os negros tinham de dançar e cantar. O resultado era um "espetáculo" melancólico, que dominava o navio

DANDO BANDEIRA
Autorizada por acordos com outras nações, na luta contra o tráfico a Inglaterra seguia e vistoriava navios suspeitos em alto-mar. Como os Estados Unidos não permitiam essa vistoria, barcos negreiros de várias nações hasteavam a bandeira americana para passar por baixo do nariz dos ingleses

TERROR INFANTIL
Além dos cerca de 20 tripulantes, apenas crianças podiam circular livremente no convés. Mas o rolé não era nada agradável. "Os jovens tinham acesso, mas muitos pulavam para fora do navio, pensando que seriam comidos", afirmou aos ingleses o escravo Augustino, traficado aos 12 anos

PIOR QUE O SAARA
"Houve um companheiro tão desesperado pela sede que tentou apanhar a faca do homem que nos trazia água. Suponho que foi jogado ao mar", disse o escravo Mahommah Baquaqua. Entre fezes e temperaturas de até 55 ºC, comia-se apenas milho e bebia-se só meio litro de água por dia

MOVIMENTO NEGRO
Rebeliões eram frequentes. E algumas revoltas resultavam na conquista da embarcação pelos escravos, como a do navio Amistad, em 1839. Outras, porém, como a do Kentucky, em 1845, acabaram com a morte de todos os escravos rebeldes, cujos corpos foram lançados ao mar

BANHO DE GATO
Para a higiene bucal, os escravos faziam bochechos com vinagre. Para limpar o corpo, só podiam se enxaguar duas vezes durante toda a viagem. Muitos padeciam de graves infecções oculares e intestinais, e os que não morriam chegavam moribundos ou cegos

ESTANTE HUMANA
Os traficantes dividiam o porão em três patamares, com altura de menos de meio metro cada um. Presos pelos pés, mais de 500 escravos se espremiam deitados ou sentados. "Ficavam como livros numa estante", disse o traficante Joseph Cliffer
 
Fonte: Revista Mundo Estranho, por Tâmis Parron.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

A morte de Getúlio Vargas



Fonte: Revista Aventuras na História

Guerra de Canudos - Revista Nossa História




Fonte: Revista Nossa História ano 3 nº33 julho 2006
fonte: Revista Nossa História Ano I n 1 novembro 2003
Cadeira de Arruar
decorada com cortinas de seda e ouro: escravos descalços tinham que aguentar o peso do "sinhô" e da "sinhá"
fonte: Revista Aventuras na História, ed. 4 dezembro 2003

Cidade e urbanismo no período renascentista.

           Um dos assuntos que mais me interessa é a cidade ou todas as cidades. A cidade como artefacto humano é objeto de estudo de diversos profissionais, curiosos por entender o modo como desenrola as relações sociais em um espaço natural modificado. Cidades podem ser estudadas, imaginadas e vividas. Em cada período histórico mudanças significativas são impressas ambiente urbano. Destacamos aqui as cidades renascentistas européias, que contribuiram de forma significativa para a concepção do citadino na América.
             O Renascimento enquanto movimento cultural manifestou-se primeiro e com mais intensidades nas cidades-estados italianas. Posteriormente difundiu-se por toda a Europa Ocidental. Faz-se importante ressaltar sua associação com o Humanismo, ou seja, interesse entre acadêmicos europeus dos textos clássicos e pelas civilizações clássicas: Grécia e Roma. Ocorrendo paralelamente um abandono dos valores medievais, classificados como: “barbarismos”, “ignorância”, “trevas” e “noite de mil anos”.
De modo geral podemos apontar como valores e ideais defendidos pelo Renascimento: o Antropocentrismo (humanidade no centro do entendimento das questões humanas); o Hedonismo (teoria ou doutrina filosófica que afirma ser o prazer individual e imediato o supremo bem da vida humana); o Racionalismo, o Otimismo e o Individualismo (afirmação da liberdade do individuo frente ao grupo, especialmente a sociedade e ao Estado). A valorização do abstrato, expresso pela racionalidade matemática e geométrica, como proporção e profundidade. É também um momento em que as artes manifestam um projeto de síntese e interdisciplinalidade bastante
 impactante, em que as Belas Artes não são consideradas como elementos independentes, subordinando-se a Arquitetura.
No campo do urbanismo as idéias e realizações, principalmente no Quattrocento representam pouco se compararmos com a arquitetura, com sua enorme e variada riqueza, em contraste com as simplórias realizações urbanísticas. Mas isso se deve também pela ausência de tratados das cidades antigas. Apenas passagens dos textos de Vitrúvio foram encontradas e essas careciam de desenhos. O pensamento vitruviano postulava que o traçado da cidade deveria sempre obedecer o sentido dos ventos, sendo a principal preocupação urbanística na concepção da urbe.

 
Urbino na Itália.

              A nova ordem do desenho renascentista ampliou, em alguns centros urbanos a beleza da cidade medieval. As principais marcas do desenho da cidade no Renascimento são: ruas retas, a ininterrupta linha horizontal de tetos, o arco redondo e a repetição de elementos uniformes (cornija, janelas, colunas, fachadas). Sendo visível a necessidade de impor a racionalidade em cada detalhe da cidade e da vida dos seus moradores. A partir do século XV arquitetos/pensadores renascentistas almejaram sanar os problemas relacionados: a higiene pública, segurança interna e defesa ante os ataques externos. Vários modelos de traçados foram idealizados, a cidade poligonal de oito ou mais lados, foi descrita como perfeita, caracterizada por sua organização circular. As ruas são dispostas no seu interior como um tabuleiro de xadrez. Giorgio Vasari (1511-1574) tentou juntar as vantagens do traçado retilíneo às do traçado radioconcêntrico.

Elementos renascentistas: a cúpula, a simetria, o ritmo e as colunas.

         Também havia no período do Renascimento uma busca pela simetria e pelo equilíbrio geométrico. Privilegiando a tendência de ruas ordenadas e complementadas pelos ofícios: se de um lado estão os médicos, do outro estarão os boticários; em frente a sapateiros os comerciantes de peles, etc. em algumas não foi possível implementar esse ideal. Outras tiveram apenas suas muralhas reformadas ou reconstruídas.
Sobre os edifícios, elemento importante para o entendimento da paisagem urbana, destaque para a estrutura das construções que sofreram no período uma simplificação, delineada anteriormente. Entre as abóbadas que sustentam o teto preferia-se a de berço e a de arestas, em vez de cruzaria ogival, visualmente mais complicada e estaticamente difícil de erguer. Quando possível desprezava-se as abóbadas, substituindo-as por coberturas de madeira, as quais implicam paredes de sustentação muito mais delgadas, econômicas e fáceis de erigir. Ou então inserir-se-ia metodicamente, entre um arco e outro, tirantes metálicos, para eliminar as pressões, assim a abóbada não só descarregava o seu peso sobre o pilar em que estava apoiada, de cima para baixo, como também impedia de derrubá-lo para fora, para evitar esse inconveniente, reforçava-se o pilar.
Quanto à ornamentação podemos destacar as ordens coríntia, toscana e compósita, como predominantes; diferenciadas pelos seus elementos característicos e elaborados capitéis com folhas de acanto, planta decorativa da região do Mediterrâneo. Elas foram utilizadas, mas sem respeitar as proporções estabelecidas pelos antigos. Esses elementos foram empregados em diversos tipos de obras, ao contrário da arquitetura medieval que consagrou a igreja. No Renascimento o edifício religioso continuou em destaque, mas rivalizando com os Palácios dos mercadores.
Enfim, os produtos das artes do renascimento (arquitetura, pintura, escultura e música) foram restritos as camadas abastadas das sociedades européias. Sendo o produto do urbanismo (traçado da cidade e construção de praças) o produto mais próximo das camadas mais baixas.
Para Leonardo Benévolo “A cultura do Renascimento modifica as condições mentais do projeto arquitetônico, mas não consegue modificar da mesma forma a prática das intervenções urbanísticas”[1]. O Renascimento sintetizou um grande experimento de racionalização da vida humana.


[1] BENEVOLO, Leonardo. A Cidade na História da Europa. Editora Presença. Lisboa. 1995. 






Filme: As pequenas flores vermelhas

Qiang é um pequeno rebelde de 4 anos, que brinca em um jardim-de-infância bem provido na Pequim pós-1949. A vida no infantário aparenta ser divertida, mas não é fácil para Qiang adaptar-se a este tipo de vida, em grupo, cuidadosamente organizada, examinada minuciosamente ao minuto. Embora continue a desejar o prémio que os outros estudantes ganham: as pequenas flores vermelhas atribuidas todos os dias como símbolo de bom comportamento, Qiang não ganha nenhuma flor pois nem sequer consegue vestir-se e nem brinca com as outras crianças. Ele ainda se atreve a responder mal à rígida Professora Li e ao Reitor Kong quando tentam impor alguma disciplina. Gradualmente, o carisma e a fanfarronice dele começam a ganhar magnetismo perante os colegas: as pequenas dissimuladas rebeliões deles ganham força quando ele é bem sucedido em convencer todos que a Professora Li é um monstro disfarçado que come crianças. Quando a tentativa de captura da professora é frustrada, a resistência de Qiang desenvolve-se numa dimensão perturbadora e é forçosamente excluído pelos companheiros. Será que ele irá render-se ao regime adulto imposto em volta dele, ou será que insistirá em crescer à maneira dele, e pelas regras dele?

Realização: Zhang Yuan
Com: Dong Bowen, Ning Yuanyuan
China/Itália, 2006

Comentário: O mais interessante do filme é perceber o sistema metódico e rígido chinês, começando pelo vestuário: padronizado, largo, em cores sóbrias, passando pelo controle gestual e comportamental. O filme mostra ainda, como a sociedade chinesa molda o indivíduo desde a infância para contribuir como uma engrenagem na sociedade, cada um é apenas uma peça, o tratamento individualizado e diferenciado não é recomendado como justificativa de não "mimar" o sujeito. Na atualidade corriqueiramente vemos exemplos dessa recomendação, indivíduos que sobressaem ou que chamam a atenção de forma negativa são acusados de "mimados". O principal aspecto que o filme nos deixa para análise é a relação individualidade x coletividade. Por indivíduo entendemos um ser singular. O individualismo é um conceito teórico recente data do início do século XX, na França pós-revolucionária, significando a dissolução dos laços sociais e abandono das obrigações coletivas, com o grupo. A sociedade que se organiza valorizando pouco a individualide, se apóia nas ciências naturais, onde cada ser cumpre seu papel analógicamente. Para o sociólogo Norbert Elias, o processo de diferenciação individual, ou de individualização, é como um processo civilizador, onde o indivíduo aos poucos vai libertando-se das exigências da sociedade e adquirindo maior autonomia em relação ao todo, como uma criança que vai se desenvolvendo até se transformar em adulto. Embora, um indívíduo jamais consiga ser um ser isolado, jamais conseguirá desvencilhar totalmente das tramas da sociedade.  

Fonte: Revista Aventuras na História - Agosto de 2004

Getúlio Vargas "Pai dos Pobres"

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Trincheiras na Primeira Guerra Mundial.


 

Fonte: Revista Aventuras na História, editora Abril.

March Bloch

"A história é a trajetória dos homens no tempo"

A primeira lição que aprendi na faculdade foi: os grandes pensadores não envelhecem, não morrem, não são esquecidos. São eternos, são clássicos e acima de tudo são úteis. Assim, foi Marc Bloch, historiador que no início do século XX transformou todo o ramo do conhecimento  ligado a história. Foi professor da Sorbonne e um dos co-fundadores da Revista dos Annales, junto com seu companheiro de ofício Lucien Febvre, ambos revolucioram a forma de se "fazer história" ao criar uma nova metodologia de estudos para a Ciência Histórica. Bloch teve um fim triste e trágico, vítima dos horrores da II Guerra Mundial e da sombra negra nazista, foi fuzilado em 1944
Historiador Marc Bloch.

O historiador francês lutou voluntariamente nas duas Grandes Guerras e, durante a ocupação alemã da França, foi preso e assassinado pela polícia nazista. Suas anotações do período da guerra foram reunidas pelo filho em L’histoire, la Guerre, la Résistance (“A história, a guerra, a resistência”, inédito em português).

Globo Vídeos - VIDEO - Acervo de livros raros é recuperado em Salvador.mp4



Inventariação do Acervo de Livros Raros do Mosteiro de São Bento da Bahia.
                                           2010

Documentário Mosteiro de São Bento da Bahia - Parte 2.mp4



continuação do documentário sobre o Mosteiro de São Bento da Bahia.

Documentário Mosteiro de São Bento da Bahia - Parte 1.mp4





Documentário sobre os monges beneditinos e seu Mosteiro de São Bento na Bahia.

Mosteiro de São Bento da Bahia.

Os primeiros monges beneditinos chegaram ao Brasil em 1575, para avaliar a possibilidade da vinda da Ordem para o "Novo Mundo". Em número de nove os monges fundadores chegaram na Páscoa de 1582, sendo destinados à área externa do portão de Santa Luzia, atual Praça Castro Alves. No local determinado já havia uma ermita em louvor a São Sebastião, protetor com quem os beneditinos mantiveram ligação. Dois anos depois a igreja foi elevada a condição de Abadia com o nome de São Sebastião da Bahia, porém popularmente ficou conhecida como Mosteiro de São Bento da Bahia.
A instituição contribuiu de forma singular na história da Bahia e do Brasil, a instituição acompanhou eventos como as Invasões Holandesas (1624-1625), a vinda de Dom João VI a cidade em 1808, a Independência da Bahia em 1823, visita de Dom Pedro II, além de outros eventos ocorridos na cidade do Salvador.  
Clio
Clio
Uma das nove musas helenicas que habita no Monte Hélicon. Filhas de Zeus e Mnemósine (memória). As musas inspiram os homens. Clio é a musa da história e da criatividade, aquela que divulga e celebra as realizações. É representada como uma jovem coroada de louros, segurando um rolo de pergaminho e uma pena.
“Ó musas, ó alta engenhosidade, ajudem-me;
memória que recorda o que eu vi,
que manifeste-se a sua nobreza.”
~
Dante Alighieri